Financiamento Florestal Sob Medida: Menu de Mecanismos Financeiros
Expandindo o financiamento para as florestas tropicais
Mapeamento de 30 mecanismos financeiros internacionais por atores, instrumentos financeiros e objetivos florestais.
Sumário Executivo
As florestas tropicais desempenham um papel fundamental na mitigação das mudanças climáticas, atuando na absorção e no armazenamento de grandes quantidades de CO₂. Além disso, elas são essenciais para a adaptação climática, ao preservar a biodiversidade, regular os ciclos hidrológicos e apoiar as comunidades rurais que dependem diretamente desses ecossistemas.
Integrar as florestas às soluções climáticas representa tanto um grande desafio quanto uma oportunidade estratégica. Com 1,27 bilhão de hectares existentes em todo o mundo, as florestas tropicais armazenam aproximadamente um terço das emissões globais históricas. Para aproveitar plenamente esse potencial, é necessário não apenas proteger as florestas existentes, mas também restaurar mais de 180 milhões de hectares perdidos desde 2001 — estratégia capaz de sequestrar mais de 49 gigatoneladas de CO₂ equivalente (GtCO₂e) da atmosfera.[1]
Alcançar essa meta exige esforços ambiciosos para interromper o desmatamento, conservar as florestas existentes e restaurar os ecossistemas. Tais esforços devem ser apoiados por políticas públicas adaptadas às realidades locais e por mecanismos financeiros eficazes, capazes de refletir os diversos contextos dos países com florestas tropicais. No entanto, os fluxos financeiros atuais estão muito aquém do necessário: o Climate Policy Initiative identificou que os fluxos destinados ao setor de Agropecuária, Florestas e Outros Usos da Terra (Agriculture, Forestry, and Other Land Uses – Afolu) no ano de 2023 totalizaram US$ 18,2 bilhões. Esse número ilustra a magnitude do desafio, especialmente quando comparado ao capital necessário para liberar todo o potencial das florestas tropicais, estimado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA 2025) em US$ 66,8 bilhões anuais até 2030.[2],[3]
Em agosto de 2025, o grupo Unidos por Nossas Florestas — composto por 20 países em desenvolvimento que reúnem quase dois terços das florestas tropicais do mundo — divulgou um comunicado conjunto reafirmando o compromisso coletivo de interromper o desmatamento, acelerar o restauro florestal e promover o manejo florestal sustentável, solicitando, também, apoio financeiro substancial e contínuo por parte dos países desenvolvidos. Para subsidiar esses esforços, pesquisadores do Climate Policy Initiative/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC-Rio) identificaram 30 mecanismos financeiros internacionais que atualmente mobilizam capital para promover objetivos florestais em todo o mundo.
A análise fornece uma visão abrangente sobre os mecanismos financeiros existentes, apresentando a escala, os instrumentos financeiros utilizados, os objetivos e o alcance geográfico. Ao construir o panorama dos mecanismos financeiros, esta publicação busca apoiar governos, doadores, investidores privados e profissionais na formulação e na ampliação de estratégias financeiras voltadas para florestas e clima, adaptadas a diferentes contextos. Juntos, esses mecanismos representam um conjunto diversificado de abordagens que, quando combinadas em um portfólio, podem fornecer aos países florestais um menu de soluções adaptadas às suas necessidades específicas, garantindo o financiamento de longo prazo para as florestas, reduzindo a dependência de uma única fonte de recursos e facilitando a cooperação e maximizando resultados (Figura 1).
As florestas tropicais desempenham um papel fundamental na mitigação das mudanças climáticas, mas para alcançar todo o seu potencial são necessários mecanismos financeiros adaptados às diversas realidades dos países florestais.
Figura 1. Menu de Mecanismos Financeiros para Florestas Tropicais

Fonte: CPI/PUC-Rio com base nos dados acumulados disponíveis publicamente nos sites oficiais dos mecanismos e entidades financeiras, conforme data de conclusão da pesquisa, 2025
Esta análise define mecanismos financeiros relevantes para florestas tropicais como arranjos distintos por meio dos quais recursos internacionais são mobilizados, gerenciados e direcionados para atingir objetivos claramente definidos em países em desenvolvimento com florestas tropicais, isto é, promover a conservação, o restauro e a redução do desmatamento. Cada mecanismo pode fazer uso de um ou mais instrumentos financeiros.
Embora existam diversos mecanismos financeiros alinhados a objetivos florestais, este menu de soluções financeiras inclui somente os mecanismos que estão atualmente em operação e que disponibilizam publicamente informações sobre seus investimentos.[4] Tais critérios podem resultar em possível sub-representação de atores privados, tendo em vista que nem sempre disponibilizam publicamente as informações de investimento e também de mecanismos que ainda se encontram em estágios iniciais de desenvolvimento. Além disso, por se tratar de uma análise baseada em mecanismos, nem todas as fontes de financiamento são contempladas.
Por fim, este exercício de mapeamento identifica um conjunto diversificado de atores responsáveis pela alocação e gestão de capital, incluindo fundos multilaterais, organizações multilaterais, governos, governos bilaterais, atores privados e fundos mistos. Cada um dos atores direciona investimentos com base em diferentes mandatos, capacidades, incentivos e níveis de tolerância ao risco.[5]
Esses atores são responsáveis por 30 mecanismos financeiros que totalizam US$ 25,9 bilhões em recursos previstos, emitidos e desembolsados (Figura 2).[6] Dentre eles, dez mecanismos já atingiram tamanho igual ou superior a US$ 1 bilhão, demonstrando que investimentos florestais em larga escala são viáveis e estão em processo de expansão.
Figura 2. Volume de Financiamento e Número de Mecanismos Financeiros por Tipo de Ator

Fonte: CPI/PUC-Rio com base nos dados acumulados disponíveis publicamente nos sites oficiais dos mecanismos e entidades financeiras, conforme data de conclusão da pesquisa, 2025
Os fundos multilaterais desempenham um papel fundamental no perfil de investimento e, junto aos governos, já desembolsaram US$ 7,7 bilhões e emitiram US$ 5,5 bilhões. Embora o volume global investido até o momento seja promissor, superar a lacuna de financiamento florestal exige um compromisso com os recursos atualmente previstos. Dos valores totais disponíveis nos mecanismos financeiros existentes, 31% ainda não foram emitidos ou desembolsados. Esse cenário é evidente no caso dos fundos mistos e dos atores privados, em que mais da metade do financiamento ainda precisa ser mobilizado — 57% e 88%, respectivamente.
Ao longo da última década, o mundo perdeu mais de 100 milhões de hectares de florestas tropicais; os fatores de desmatamento variam amplamente entre as regiões, incluindo desde a conversão de terras para pecuária e agricultura até a extração ilegal de madeira e lenha. Os três pilares da agenda florestal — a proteção das florestas em pé, combate ao desmatamento e a promoção do restauro florestal — se manifestam de formas distintas nos países com florestas tropicais, a depender da geografia, pressões sobre o uso da terra, governança e capacidade institucional. Reconhecer e responder a esses diversos contextos é essencial para fortalecer o nexo floresta-clima e desenvolver soluções eficazes, equitativas e escaláveis.[7]
Essa realidade, aliada ao perfil dos investidores e ao foco dos mecanismos financeiros apresentados na Figura 3, revela lições importantes. Metade dos 30 mecanismos financeiros internacionais mapeados concentra-se exclusivamente em um dos três objetivos florestais: conservação (US$ 2,6 bilhões), restauro (US$ 2,2 bilhões) e redução do desmatamento (US$ 1,3 bilhão). A outra metade dos mecanismos contempla objetivos múltiplos. Dez desses mecanismos têm objetivos duplos e, juntos, totalizam US$ 8,3 bilhões, sendo que quase todos combinam a conservação com outro objetivo. Os cinco mecanismos restantes abrangem os três objetivos, totalizando US$ 11,4 bilhões.
Figura 3. Volume de Financiamento por Objetivo Florestal e Tipo de Ator

Fonte: CPI/PUC-Rio com base nos dados acumulados disponíveis publicamente nos sites oficiais dos mecanismos e entidades financeiras, conforme data de conclusão da pesquisa, 2025
Os governos desempenham um papel proeminente no financiamento da conservação, impulsionado, em grande parte, pela prioridade dada ao apoio às comunidades tradicionais. De modo geral, os mecanismos focados na conservação enfrentam maiores desafios na geração de fluxos de receita diretos, uma vez que as florestas em pé geram retornos financeiros limitados quando não estão associadas a atividades econômicas complementares ou a incentivos relacionados ao carbono. Essa limitação estrutural faz com que haja uma tendência de os recursos públicos desempenharem um papel mais relevante no financiamento desse objetivo.
O restauro é apoiado por menos mecanismos financeiros, com fundos mistos e atores privados apoiando predominantemente os mecanismos dedicados exclusivamente a esse objetivo. As atividades de restauro podem ser mais facilmente vinculadas a atividades produtivas — como agropecuária sustentável ou cadeias de valor conectadas a paisagens florestais — o que permite atrair investimentos privados através de modelos de receita mais claros. Estimular o crescimento dessa atividade será essencial, dado que o PNUMA estima que quase metade dos investimentos de capital e operacionais necessários para financiar intervenções estratégicas em regiões de florestas tropicais deve ser direcionado ao restauro florestal (US$ 33,2 bilhões).[8] Embora esta análise identifique um número menor de mecanismos financeiros dedicados exclusivamente ao restauro, eles apresentam valores médios de investimento mais elevados.
Um número ainda menor de mecanismos financeiros, apoiados por fundos multilaterais e governos bilaterais, têm foco exclusivo no combate ao desmatamento. O volume total de recursos investidos ou previstos para esse objetivo é significativamente menor quando comparado com as iniciativas focadas na conservação e no restauro, conforme ilustrado na Figura 3. Ainda que as ações voltadas ao combate ao desmatamento possam demandar menos recursos, as evidências indicam que elas são economicamente efetivas e desempenham um papel estratégico na proteção das florestas tropicais. Em países como México, China e Nigéria, onde a pressão do desmatamento é alta, mas o potencial de captura de carbono é baixo, os esforços para conter o desmatamento residual e evitar a degradação adicional de ecossistemas frágeis continuam sendo essenciais.[9]
Para alcançar seus objetivos florestais, os mecanismos financeiros mapeados utilizam uma combinação de diferentes instrumentos. A Figura 4 ilustra a relação entre os atores, os mecanismos financeiros e os instrumentos utilizados.
Figura 4. Relação entre Atores, Mecanismos Financeiros e Instrumentos Financeiros Utilizados para o Financiamento Florestal

Fonte: CPI/PUC-Rio com base nos dados acumulados disponíveis publicamente nos sites oficiais dos mecanismos e entidades financeiras, na data de conclusão da pesquisa, 2025
Este relatório mostra que vários mecanismos combinam simultaneamente diferentes instrumentos financeiros, incluindo desde ferramentas mais tradicionais até mais inovadoras. Os instrumentos definem fundamentalmente a natureza jurídica e a estrutura de captação de recursos dos mecanismos. Eles são moldados pelos objetivos a serem alcançados e pelos tipos de recursos mobilizados, além de refletirem os mandatos, a tolerância ao risco e as capacidades operacionais de cada ator. O financiamento florestal é dominado, sobretudo, por três tipos de instrumentos: crédito, doações e pagamentos baseados em resultados.
De modo geral, há uma forte dependência de instrumentos de crédito, o que indica que os instrumentos tradicionais também estão bem alinhados aos objetivos do financiamento climático. Além disso, o uso de doações e pagamentos baseados em resultados reflete a necessidade específica de atores públicos participarem do financiamento florestal. Os instrumentos de pagamentos baseados em resultados incluem iniciativas como a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal em Países em Desenvolvimento (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation – REDD+). Os programas de REDD+ jurisdicional (JREDD+) mapeados neste estudo totalizam mais de US$ 15,3 bilhões, o que corresponde a mais da metade do volume total de financiamento mapeado. Esses mecanismos são promovidos por diferentes tipos de atores, como:
- • Governos bilaterais, por meio do Programa REDD Early Movers e do Fundo de Investimento REDD+ da Guiana (Guyana REDD+ Investment Fund – GRIF);
- • Fundos mistos, por meio de iniciativas como a Coalizão LEAF, o Fundo de Parceria para o Carbono Florestal (Forest Carbon Partnership Facility – FCPF) e o Fund for Nature;
- • Fundos multilaterais, incluindo o Forest Investment Program (FIP), a Iniciativa para Paisagens Florestais Sustentáveis do Fundo BioCarbono, o Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF), Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund – GCF), o Fundo Amazônia e a Iniciativa Florestal da África Central (Central African Forest Initiative – CAFI);
- • Organizações multilaterais, por meio do Programa ONU-REDD.
O crescimento do financiamento florestal requer a ampliação do uso de instrumentos financeiros tanto novos quanto já existentes. Os créditos de carbono — gerados por projetos ou jurisdições e que evitam emissões ou sequestram carbono — permitem que empresas e indivíduos compensem as suas emissões. No entanto, o uso atual desses créditos ainda é limitado, por exemplo cinco mecanismos incluindo Coalizão LEAF, o Fund for Nature, o Reforestation Fund, o Livelihoods Fund e o Forest & Landscape Fund da Milkywire. A inexistência de um mercado internacional unificado de carbono ocasiona grandes disparidades nos preços e limita o financiamento florestal transfronteiriço. Apesar desses desafios, os créditos de carbono têm o potencial de garantir financiamento consistente e previsível para projetos florestais.
Por fim, compreender o âmbito geográfico é fundamental para avaliar o panorama atual dos mecanismos financeiros voltados para o financiamento florestal. Dos 30 mecanismos analisados, quase metade (48%) é acessível globalmente, enquanto 28% operam em âmbito nacional e 24% em âmbito regional/multinacional. O Brasil e a Guiana se destacam como os países com maior acesso a esses mecanismos — com 24 e 19 mecanismos, respectivamente — o que mostra uma concentração significativa dessas iniciativas na América Latina (Figura 5).
Figura 5. Número de mecanismos elegíveis por países com florestas tropicais

Fonte: CPI/PUC-Rio com base nos dados cumulativos disponíveis publicamente nos sites oficiais dos mecanismos e entidades financeiras, na data de conclusão da pesquisa, 2025
A análise do escopo geográfico atual dos mecanismos financeiros revela uma capacidade subexplorada entre os países com florestas que possuem vastas áreas florestais e um potencial significativo de restauro devido ao desmatamento histórico. Dos dez países com maior potencial de captura de carbono, apenas três — Brasil, Camarões e Colômbia — são elegíveis para uma parcela significativa dos mecanismos mapeados.[10] Para alcançar resultados em larga escala, é fundamental combinar e ampliar o acesso dos demais países de acordo com seu potencial.
Enquanto o mundo se prepara para a COP30 em Belém, as florestas tropicais precisam ocupar o centro das estratégias climáticas. Esses ecossistemas não são somente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, mas indispensáveis para enfrentá-las. As florestas tropicais oferecem uma das oportunidades mais imediatas e escaláveis para a ação climática.
Este relatório apresenta um menu de 30 mecanismos financeiros existentes que visam mobilizar US$ 25,9 bilhões para apoiar as florestas tropicais e seus objetivos florestais por meio de ações de conservação, restauro e redução do desmatamento. Apesar dos esforços, esses mecanismos ainda não operam na escala e na magnitude necessárias para desbloquear todo o potencial climático das florestas tropicais, estimado pelo PNUMA (2025) em US$ 66,8 bilhões anuais até 2030.[11] Nesse sentido, a análise oferece relevantes insights sobre o panorama financeiro atual do financiamento para florestas:
- • Um conjunto diversificado de atores gerencia mecanismos financeiros que operam em diferentes estágios de desenvolvimento e apresentam ampla diversidade em termos de escopo, escala e volume de recursos. Alguns desses atores desempenham papel de destaque, especialmente pelo volume de financiamento mobilizado.
- • Dos US$ 25,9 bilhões em financiamento mapeado a partir dos mecanismos financeiros atuais, 31% ainda não foram efetivamente emitidos ou desembolsados. A alocação dos recursos previstos ainda é um desafio, sobretudo para fundos mistos e atores privados, cujos volumes de recursos previstos corresponde a 57% e 88%, respectivamente.
- • Os mecanismos financeiros voltados às florestas possuem três objetivos principais: conservação, restauro e redução do desmatamento. Tendo em vista que os países possuem dinâmicas distintas, a arquitetura financeira florestal requer uma melhor correspondência entre os investimentos e as necessidades específicas de cada país. Atualmente, a maioria dos mecanismos é destinada à conservação. Já o restauro apresenta potencial de expansão e oferece um perfil de investimento compatível com fundos mistos e atores privados. Além disso, os objetivos de redução do desmatamento devem continuar desempenhando um papel crítico na manutenção e salvaguarda da cobertura florestal remanescente.
- • O escopo geográfico dos mecanismos atuais evidencia desafios de acessibilidade e demanda uma compreensão aprofundada dos diferentes contextos dos países com florestas tropicais ao redor do mundo. Esse entendimento é essencial para garantir um maior alinhamento e identificar novas oportunidades, de modo que as iniciativas existentes possam ser ampliadas ou replicadas em outras localidades e contextos.
Para além de fornecer um menu de mecanismos financeiros, este relatório também oferece lições importantes para o fortalecimento da arquitetura financeira global para as florestas tropicais:
- • O crescimento do financiamento florestal pode se beneficiar de um maior conhecimento sobre as abordagens existentes e da transparência quanto aos desembolsos, alocações e prazos. No cenário atual, essas informações estão altamente dispersas e sem padronização, o que dificulta o acesso público e limita a capacidade de compreender o escopo total do financiamento florestal e de identificar suas lacunas e seu potencial.
- • Os países com florestas tropicais têm objetivos florestais distintos, moldados por seus contextos específicos. Alinhar os investimentos às necessidades reais exige a coordenação e o envolvimento de uma ampla gama de atores públicos, privados e filantrópicos, capazes de direcionar os investimentos de acordo com seus diferentes mandatos, capacidades, incentivos e níveis de tolerância ao risco.
- • Uma arquitetura robusta de financiamento florestal deve garantir a qualidade — e não apenas a quantidade — do financiamento climático. Direcionar e fornecer recursos de forma estratégica e usar os instrumentos financeiros de maneira eficiente é essencial para atender às necessidades e ao potencial dos países em desenvolvimento, promovendo impactos em larga escala.
- • Para preencher a lacuna de financiamento florestal, é necessário ampliar a escalabilidade dos mecanismos existentes — tanto em termos de concepção como de implementação — de modo a mobilizar recursos na magnitude necessária para a proteção, restauração e controle do desmatamento das florestas, bem como complementá-los com mecanismos inovadores numa abordagem de portfólio. Isso inclui o uso de estruturas de financiamento misto, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forest Forever Facility – TFFF) — que remunera os países que preservam as florestas, e de pagamentos jurisdicionais baseados no desempenho de carbono para restauração em escala — como na proposta do Mecanismo de Reversão de Desmatamento (Reversing Deforestation Mechanism – RDM). Além disso, é essencial explorar com maior profundidade o papel dos mercados de capitais internacionais para o avanço dos objetivos florestais.
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Este estudo foi elaborado para informar as discussões dentro do grupo Unidos por Nossas Florestas e não representa necessariamente as opiniões ou posições oficiais do Governo do Brasil.
Este trabalho é financiado por Norway’s International Climate and Forest Initiative (NICFI), Climate and Land Use Alliance (CLUA) e Fundação Porticus. Nossos parceiros e financiadores não necessariamente compartilham das posições expressas nesta publicação.
Os autores gostariam de agradecer a Arthur Vieira e Thiago Catarino pela assistência na pesquisa. Esta publicação se beneficiou dos comentários e sugestões de Amanda Brasil-Leigh, Phillipe Käfer e Vikram Widge. Os autores também gostariam de agradecer a Camila Calado e Maria Carolina Cassella pela edição e revisão do texto e a Meyrele Nascimento e Nina Oswald Vieira pela formatação e design gráfico.
[1] Assunção, Juliano et al. O Nexo Floresta-Clima: Uma Arquitetura Sob Medida para a Ação Climática. Rio de Janeiro: Climate Policy Initiative, 2025. bit.ly/NexoFlorestaClima.
[2] Naran, Baysa et al. Global Landscape of Climate Finance 2025. Climate Policy Initiative, 2025. bit.ly/3Kz6DJP.
[3] Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). State of Finance for Forests 2025: Unlock. Unleash. Realizing forest potential requires tripling investments in forests by 2030. 2025. bit.ly/48uSRlb.
[4] Os mecanismos que carecem de informação suficiente ou que se encontram numa fase inicial não foram incluídos neste mapeamento. A informação apresentada neste Menu provém diretamente das páginas de sites oficiais dos mecanismos e entidades financeiras e, por conseguinte, baseia-se nos dados comunicados pelas respetivas agências. Essa abordagem apresenta certas limitações, nomeadamente no que diz respeito à atualidade e exaustividade das informações sobre os recursos mobilizados e as atividades financiadas.
[5] Os atores nesta análise são caracterizados de acordo com a natureza de seu financiamento e governança. Os atores públicos incluem mecanismos liderados pelo governo, implementados por instituições nacionais ou regionais que utilizam recursos públicos domésticos; fundos multilaterais, que recebem contribuições de três ou mais países e operam com gestão autônoma; organizações multilaterais, compostas por vários países que elaboram e executam programas e projetos transfronteiriços; e mecanismos governamentais bilaterais, que canalizam fundos públicos diretamente de um país para outro. Os atores privados referem-se a mecanismos financiados exclusivamente pelo setor privado que investem ou fornecem financiamento para projetos relacionados com as florestas. Os fundos mistos combinam diferentes tipos de capital — público, filantrópico e/ou privado — sob estruturas de gestão autônomas ou dedicadas.
[6] Os recursos previstos referem-se a valores esperados ou prometidos que ainda não foram efetivamente investidos. Essa categoria abrange termos como contribuições planejadas, prometidas, destinadas e assinadas. Os recursos emitidos correspondem a instrumentos financeiros que foram formalmente emitidos, como no caso dos títulos soberanos. Os recursos desembolsados denotam fundos que avançaram além da fase de planejamento e foram efetivamente alocados ou investidos em projetos. A terminologia associada a essa categoria inclui investido, desembolsado, alocado, comprometido, mobilizado, aprovado, registrado, transferido e uso de fundos.
[7] Assunção, Juliano et al. O Nexo Floresta-Clima: Uma Arquitetura Sob Medida para a Ação Climática. Rio de Janeiro: Climate Policy Initiative, 2025. bit.ly/NexoFlorestaClima.
[8] Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). State of Finance for Forests 2025: Unlock. Unleash. Realizing forest potential requires tripling investments in forests by 2030. 2025. bit.ly/48uSRlb.
[9] Os sistemas de monitoramento e alerta florestal em tempo quase real baseados em imagens de satélite contribuíram para o rastreamento do desmatamento em escala global e aumentaram a eficácia das medidas centradas na fiscalização. O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) permitiu ao Brasil superar as deficiências na aplicação da lei, direcionando a fiscalização ambiental na Amazônia para as regiões indicadas pelos alertas. O Global Forest Watch (GFW), uma plataforma que oferece dados abertos sobre desmatamento e cobertura florestal, contribuiu significativamente para melhorar a capacidade das organizações de conservação e gestão florestal de responder e reduzir os impactos de incêndios, desmatamento e outras atividades florestais ilegais ou indesejáveis em Madagascar, Indonésia, Bolívia e Peru. O MapBiomas Alerta, um sistema para validar e refinar alertas sobre o desmatamento da vegetação nativa em todos os biomas brasileiros usando imagens de alta resolução, também contribuiu para esses esforços. Para saber mais: Assunção, Juliano et al. O Nexo Floresta-Clima: Uma Arquitetura Sob Medida para a Ação Climática. Rio de Janeiro: Climate Policy Initiative, 2025. bit.ly/NexoClimaFloresta.
[10] O potencial de captura de carbono é estimado usando uma abordagem de regressão espacial baseada em covariáveis ambientais e geográficas. As estimativas por país podem ser encontradas em: Assunção, Juliano et al. O Nexo Floresta-Clima: Uma Arquitetura Sob Medida para a Ação Climática. Rio de Janeiro: Climate Policy Initiative, 2025. bit.ly/NexoFlorestaClima.
[11] Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). State of Finance for Forests 2025: Unlock. Unleash. Realizing forest potential requires tripling investments in forests by 2030. 2025. bit.ly/48uSRlb.
