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História mostra que o processo de modernização da agricultura é compatível com a proteção de recursos naturais no Brasil

 Em 4 de novembro de 2016, depois de décadas de negociação e planejamento, entrou em vigor o histórico Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas. Este esforço internacional sem precedentes reúne 191 nações, incluindo o Brasil, que se comprometem a reduzir suas emissões de carbono em um período de 10 anos. O Brasil já confirmou o seu compromisso ao ratificar o acordo em setembro de 2016. Agora, enquanto cada nação enfrenta o desafio de alcançar os seus objetivos de redução de emissões, o país precisa identificar estratégias para cumprir suas obrigações e atingir suas metas.

Dada a sua abundante biodiversidade e a enorme extensão da Amazônia, o país tem um papel fundamental como guardião de vastos recursos naturais. Seu sucesso na redução do desmatamento e de emissões na última década e a aprovação do Código Florestal de 2012 trazem boas expectativas em relação à capacidade do Brasil responder às suas demandas de conservação. No entanto, o aumento recente de desflorestamento mostra que esse desafio permanece.

Como líder mundial na produção agrícola, o Brasil tem se beneficiado muito com suas terras abundantes e férteis. Estudos do Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas/ Climate Policy Initiative (NAPC/ CPI), através do projeto INPUT, mostram, no entanto, que o país não explora o potencial de suas terras já desmatadas. Grande parte da produção agrícola brasileira concentra-se em proporção relativamente pequena de terra – 18% das terras agrícolas do país foram responsáveis por 63% da produção total em 2006. Uma parte considerável de áreas abertas está sendo subutilizada, principalmente como pastagens, com baixa produtividade.

Isso criaria uma oportunidade para a expansão da área agrícola sem o comprometimento da proteção ambiental. Ao fazer a transição dessas terras para lavouras e melhorar a eficiência das pastagens em áreas já utilizadas, o Brasil pode acelerar seu crescimento. É um processo já em curso no país há bastante tempo, com a substituição de técnicas de cultivo extensivas que demandam muita terra por técnicas mais intensivas em equipamentos e conhecimento. Esta transição pode reduzir a pressão por desmatamento.

Este resumo descreve as novas evidências da pesquisa do NAPC/ CPI, que mostram que o potencial de conciliação do aumento da produção agrícola com a conservação ambiental é mais do que uma possibilidade teórica. São apresentados quatro exemplos em que grandes transformações na agricultura realmente promoveram ganhos de rendimento, sem aumentar o desmatamento – a adaptação da soja ao cerrado, a eletrificação rural, a expansão recente da cana-de-açúcar e mudanças nos preços relativos das lavouras em relação à carne bovina.

Os estudos fornecem sinais encorajadores de que ganhos consideráveis na produção agrícola não comprometem a proteção ambiental e estão ao alcance do país. De fato, os ganhos de produtividade observados em cada um desses estudos evitaram desmatamento. Ou seja, através da contínua inovação e aperfeiçoamento de políticas públicas, o Brasil pode continuar a fortalecer sua economia e seu meio ambiente simultaneamente.

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