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Quase 45% da demanda de energia no Brasil é suprida por fontes renováveis. Apesar de isso tornar a oferta de energia do país uma das menos intensivas em carbono do mundo, o aumento da participação de fontes não renováveis na matriz energética brasileira entre 2005 e 2015 evidencia o desafio que o país vem enfrentando para alcançar seus objetivos climáticos.

Os recursos renováveis estão no centro da discussão sobre o desenvolvimento de um sistema energético limpo e seguro ao redor do mundo, e são vistos como peças-chave no combate à emissão dos gases de efeito estufa e na mitigação das mudanças climáticas.

No entanto, pesquisadores do Climate Policy Initiative/ Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio (CPI/ NAPC) mostram que o desenvolvimento do setor de energia renovável não ocorre somente pela disponibilidade de recursos naturais, ou seja, por determinantes da oferta, mas também através de aspectos da demanda, como renda, tamanho da população e tarifa de energia elétrica.

O Brasil, em especial, possui potencial para estimular o uso de energia solar através da geração distribuída, que consiste na geração de energia na própria unidade de consumo, ou seja, de forma descentralizada, e que conta com um mercado pequeno, porém bem estabelecido em partes do país.

Neste novo estudo, pesquisadores do CPI/ NAPC analisam 5.563 municípios do Brasil e mostram que fatores da demanda estimulam a penetração de geração fotovoltaica distribuída. Esse efeito é tão relevante que municípios com menor radiação solar têm, em média, mais unidades consumidoras com geração fotovoltaica distribuída do que localidades com maiores níveis de radiação.

A análise é uma das primeiras a examinar o mercado de geração fotovoltaica descentralizada a nível municipal, trazendo contribuições inéditas para essa indústria em crescimento.

Principais Resultados
  • Municípios com menor radiação solar anual têm, em média, mais unidades consumidoras com geração fotovoltaica distribuída do que municípios com
    maiores níveis de radiação.
  • Municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB), maior população e maior tarifa de energia elétrica têm maior número de unidades com geração fotovoltaica distribuída no Brasil.
  • Somente 1.478 dos 5.563 municípios estudados tinham ao menos uma unidade com geração fotovoltaica distribuída em junho de 2017.
  • A maior quantidade de unidades com geração fotovoltaica distribuída em um mesmo município era de 436, em junho de 2017, no Rio de Janeiro.
Principais Recomendações
  • Focar nas políticas de energia renovável para mitigar riscos climáticos, lidando não somente com a disponibilidade de recursos naturais e, portanto, com o lado da oferta, mas também com fatores da demanda, como renda, tamanho da população e tarifa de energia elétrica.
  • Considerar como as diferenças nas tarifas de energia elétrica ao redor do Brasil podem ter consequências sobre a penetração de geração fotovoltaica entre diferentes regiões do país.
  • Incorporar o incentivo às fontes renováveis de energia as estratégias de desenvolvimento voltadas para as regiões mais pobres do país, as quais também possuem o maior potencial solar.

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