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Análise do CPI/PUC-Rio mostra que o setor de energia liderou o crescimento e que mitigação climática teve 80% do total de recursos mapeados. 

O financiamento climático internacional para o Brasil atingiu R$ 26,6 bilhões/ano em 2021-2022. É o que aponta o novo estudo do Climate Policy Initiative/PUC-Rio (CPI/PUC-Rio), que destaca um aumento de 84% no financiamento em relação a 2019-2020. O trabalho intitulado “Mapeamento de Financiamento Climático Internacional para o Brasil” quantifica os fluxos financeiros de origem internacional destinados à ação climática no país entre 2021 e 2022 em comparação aos números de 2019 e 2020.  

“O capital externo é fundamental para complementar os investimentos domésticos na transição para uma economia de baixo carbono. Os fluxos mapeados trazem sinais positivos sobre a capacidade do país atrair recursos internacionais para a agenda climática. Enquanto o financiamento climático internacional cresceu 28% em todas as regiões do globo entre os biênios 2019-2020 e 2021-2022, o financiamento climático internacional para o Brasil cresceu 84% no mesmo período.”, explica Joana Chiavari, diretora de pesquisa do CPI/PUC-Rio. 

Para analisar as tendências do financiamento climático internacional para o Brasil, o estudo coloca em evidência a região de origem, o tipo de instituição que destinou o recurso, o instrumento utilizado no financiamento, o setor beneficiado e o uso climático. 

A Europa Ocidental despontou como a principal região provedora de financiamento climático internacional para o Brasil em 2021-2022, concentrando 50% dos recursos mapeados (R$ 13,3 bilhões/ano) e a França destacou-se como líder desse financiamento, com 13% do total (R$ 3,5 bilhões/ano). Desse valor, 47% foram mobilizados por Instituições Financeiras de Desenvolvimento bilaterais francesas e 26%, por instituições financeiras comerciais. 

Quanto à origem dos investimentos, o estudo revela que instituições públicas mobilizaram 58% do financiamento climático internacional para o Brasil em 2021-2022, o que representa R$15,4 bilhões/ano. Já instituições privadas movimentaram 42%, o que equivale a R$11,2 bilhões/ano, valor mais do que quatro vezes superior a 2019-2020. 

“O governo brasileiro tem adotado uma série de iniciativas para criar condições de investimento favoráveis para que o capital estrangeiro financie projetos alinhados com a agenda climática nacional, como a Plataforma de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), o Eco Invest Brasil e a emissão de títulos soberanos sustentáveis. Compreender o status atual de financiamento é crucial para medir o impacto dessas iniciativas e ampliar sua efetividade.”, explica Chiavari.   

Mais da metade do financiamento internacional climático mapeado foi destinado ao setor de energia (53%), com enfoque para projetos de geração solar e eólica (80%). A pesquisa aponta que o financiamento para energia cresceu 165% no Brasil, entre os biênios 2019-2020 e 2021-2022, passando de R$ 8,7 bilhões/ano para R$ 14,0 bilhões/ano. Os números superam a tendência global de aumento de 53% no período.  

“A matriz elétrica brasileira já é majoritariamente composta por fontes renováveis e nos destacamos globalmente pela capacidade de produzir com baixas emissões de gases de efeito estufa. A mobilização de financiamento internacional constrói condições favoráveis para atrair investimentos industriais intensivos em energia para a produção de manufatura verde.”, ressalta Chiavari.  

O setor de Agropecuária, Florestas, Outros Usos da Terra e Pesca (AFOLU), apesar de ser responsável por quase três quartos das emissões de GEEs do Brasil, recebeu apenas 11% do financiamento climático internacional. Em especial, o subsetor de florestas recebeu R$ 623 milhões/ano, apenas 2% do financiamento internacional mapeado em 2021-2022, muito aquém do potencial. 

Em relação ao objetivo climático, mitigação recebeu 80% do financiamento total mapeado em 2021-2022. Enquanto isso, projetos dedicados exclusivamente para adaptação obtiveram somente 5% do total investido. 

“Adaptação climática recebeu predominantemente financiamento público, seguindo a tendência global. Isso demonstra que há espaço para o crescimento de financiamento privado internacional para adaptação no Brasil.”, diz Chiavari. 

O mapeamento do financiamento climático internacional no Brasil segue uma metodologia que tem como base a experiência do CPI Global no mapeamento desses fluxos financeiros de clima em nível mundial há mais de 10 anos. 

Para baixar o estudo completo, clique aqui

Sobre o Climate Policy Initiative  
O Climate Policy Initiative (CPI) é uma organização com experiência internacional em análise de políticas públicas e finanças, que possui sete escritórios ao redor do mundo. No Brasil, é afiliado à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e atua no aprimoramento de políticas públicas e finanças sustentáveis a fim de promover a transição para uma economia de baixo carbono. O CPI/PUC-Rio desenvolve análises baseadas em evidência e estabelece parcerias estratégicas com membros do governo, da sociedade civil, do setor privado e de instituições financeiras.  

Mais informações:  
Camila Calado Lima 
camila.lima@cpiglobal.org  
(86) 99966-0560    

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