Governo anuncia energia mais cara e pede redução no consumo com aproveitamento da 'luz natural'

Ministro Bento Albuquerque fala em pronunciamento veiculado pela TV

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Ministro Bento Albuquerque sugeriu redução no consumo da energia com menor uso de 'chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar'

O ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, fez pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na noite desta terça-feira (31/8), no qual afirmou que a seca e o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas "se agravou" e que, neste cenário, a energia ficará mais cara.

Apesar de não ter mencionado esta novidade diretamente no pronunciamento, mais cedo o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciaram que será implantada, desta quarta-feira 1º de setembro até 30 de abril de 2022, uma nova modalidade de bandeira tarifária, intitulada "Escassez Hídrica" e com valor de R$ 14,20 /100 kWh. O ministério estimou que a nova bandeira gerará aumento de 6,78% na tarifa de luz para os consumidores.

Albuquerque afirmou que a seca que o país tem enfrentado é "a pior da história do Brasil" e que trata-se de "um fenômeno natural que também ocorre com a mesma intensidade em muitos outros países".

"Nossa condição hidroenergética se agravou: o período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste sofreram redução maior do que a prevista", afirmou o almirante e ministro.

"Tivemos que aumentar significativamente a geração de energia nas nossas termelétricas e estamos importando energia de países vizinhos."

"Esta eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro."

A bandeira "Escassez Hídrica" não existia e está acima da bandeira vermelha patamar 2, vigente até então. As bandeiras são uma cobrança adicional nas conta de luz quando o custo de produção de energia fica mais alto.

Usina de Itaipu

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Legenda da foto, Hidrelétricas do Sudeste respondem por cerca de 70% da energia produzida no país
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Albuquerque pediu que os cidadãos e membros da indústria, do comércio de do serviços façam um esforço pela redução do consumo de energia.

"A título de exemplo, uma redução média de 12% no consumo residencial equivaleria ao suprimento de nada menos que 8,6 milhões de domicílios."

"Podemos conseguir até mais, eliminando todo o desperdício no consumo de energia, desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia, como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar", exemplificou, pedindo que os consumidores de energia optem por seu uso em horários alternativos, como de manhã e nos finais de semana.

O governo tem afirmado nos últimos meses que o Brasil passa pela pior crise hídrica dos últimos 90 anos, com chuvas abaixo da média.

Especialistas entrevistados pela BBC News Brasil, porém, falam que a seca não vem sozinha - e sim acompanhada da falta de planejamento pelas autoridades.

"Uma crise nunca é causada por uma única coisa — é por muitos fatores juntos. E aí, quando você não faz um bom planejamento, você pode torcer para chover muito e tudo dar certo no final. Mas um sistema como o nosso não pode contar com isso, tem que ser feito para conseguir operar em momento de hidrologia ruim", afirmou a economista Amanda Schutze, especialista no setor de energia.

O ministro, por sua vez, concluiu seu pronunciamento de cerca de cinco minutos afirmando que a solução depende "além do empenho de todos nós, também das chuvas".

Línea

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